Planejamento financeiro perfeito: 8 dicas para não errar

Um planejamento financeiro perfeito passa pelo controle de tudo o que entra e sai do seu bolso, assim como pela aplicação de estratégias para tentar reduzir gastos e, preferencialmente, também aumentar patrimônio, além da construção de uma reserva de emergência.

Ele tem importância se você quiser fugir da probabilidade de pertencer às estatísticas: segundo o Serasa, órgão de proteção ao crédito, o número de brasileiros endividados já ultrapassou os 72 milhões e apenas 35% dos consumidores do país se consideram independentes quanto às finanças pessoais.

Para completar, muita gente não executa um planejamento financeiro porque não sabe como colocá-lo em prática! Se era o seu caso, depois da leitura deste artigo, não será mais.

O que exatamente é “planejamento financeiro”?

Um planejamento financeiro é um conjunto de ações tomadas tanto por pessoas físicas quanto por pessoas jurídicas que querem administrar melhor seu dinheiro. Ele ajuda a entender, de forma organizada e criteriosa, o que entra e o que sai do caixa ou do bolso, evita desesperos e protege o patrimônio.

Existem três tipos principais de planejamento financeiro: o individual, o familiar e o empresarial. Como o nome diz, o primeiro é adotado por um indivíduo sem dependentes ou que separe suas despesas das que o restante da família tem, o segundo é adotado por dois ou mais familiares e o terceiro por negócios em busca de um fluxo de caixa saudável.

E vale dizer que o fato de um empreendedor ter um planejamento individual ou familiar não exclui a importância do planejamento empresarial, viu? Aliás, se você for dono(a) de uma empresa e não tiver suas finanças particulares separadas das corporativas, tome uma atitude o quanto antes!

Criar um planejamento, independentemente do tipo, é o mesmo que estabelecer diretrizes para lidar melhor com os ganhos e as despesas, obtendo um controle financeiro permanente, ou seja, adotando as diretrizes ao longo de toda a vida.

Qual é a importância do planejamento financeiro pessoal?

A organização das finanças é a melhor forma de você se preparar para circunstâncias financeiras adversas relacionadas, por exemplo, a uma demissão inesperada, uma crise no trabalho ou uma situação de saúde, e/ou de investir para ampliar seu patrimônio sem que os investimentos pesem no bolso.

Se você já viajou de avião, provavelmente ouviu a orientação para colocar a máscara de oxigênio primeiro em si mesmo(a) e depois nos outros… Então! Essa analogia da aviação diz muito sobre a importância do planejamento financeiro pessoal.

Para quase 80% dos brasileiros, de acordo com o Serasa, a independência financeira é uma realidade distante, mas, com boa organização, pode apostar que você chega lá – e ainda ajuda outras pessoas, realiza suas metas e objetivos mais rapidamente e constrói um futuro mais sólido.

O que acha da ideia de começar hoje mesmo? Já vai visualizando…

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8 dicas de como fazer um planejamento financeiro perfeito

Dedique parte do seu tempo para rastrear todos os seus gastos e ganhos, fazer um diagnóstico atual das suas finanças e decidir quanto você pretende guardar e em quanto tempo. Vá construindo seu planejamento financeiro tijolo por tijolo, tornando-o a base do seu futuro!

1. Identifique ganhos e gastos

Entenda, de fato, quais são as suas fontes de renda e quanto você ganha mensalmente através de cada uma: pagamento de salário, rendimentos passivos etc. Identifique também quanto você gasta e com o quê: cartões de crédito, carnês, dívidas, assinaturas de streamings, contas de luz, água e internet, mensalidades de cursos, passeios e assim por diante.

Do cafezinho diário na rua até a parcela do carro novo, tudo precisa ser colocado no papel e, depois, comparado na busca por um diagnóstico da sua situação financeira atual.

2. Equilibre as necessidades

Conhecendo as entradas e saídas de dinheiro, defina o que são necessidades importantes e inegociáveis e coisas que não vão fazer “tanta falta assim” se você cortar por um tempo. Faça isso buscando um equilíbrio entre o seu “eu” de hoje e o do futuro.

Por exemplo, se você não abre mão de viajar todos os anos, mas espera conseguir comprar uma casa própria daqui há uma década, o planejamento financeiro deve considerar ações que permitam as duas coisas, caso contrário, será momento de escolher um caminho ou o outro.

Apenas faça questão de estabelecer metas reais, capazes de lhe manter motivado(a) para respeitar suas escolhas.

3. Defina um orçamento mensal

Tendo encontrado o equilíbrio, você precisa entender quanto pode gastar em cada área da sua vida financeira. O ideal é usar a sua renda para, primeiro, pagar despesas, em seguida, quitar dívidas e ainda poupar uma porcentagem dessa quantia. Comprar por impulso? Não mais!

A estratégia de planejamento financeiro 50-30-20 pode funcionar na hora de montar um orçamento inteligente! Ao adotá-la, sua distribuição de renda fica como o indicado abaixo.

  • 50% – necessidades essenciais (moradia, alimentação, transporte e contas básicas)
  • 30% – lazer, hobbies, viagens e entretenimento
  • 20% - poupança, investimentos e/ou quitação de dívidas

Faça adaptações aqui e ali dependendo da sua situação em cada momento de vida e redirecione recursos para outras áreas a depender da semana ou do mês. Essa estratégia permite ficar em dia com as contas e ainda aproveitar momentos de lazer de qualidade e sem peso na consciência.

Você também pode dividir um planejamento financeiro em categorias considerando o tempo de realização de cada meta (curto, médio e longo prazo): tudo para enxergar, cada vez melhor, a luz no fim do túnel.

4. Reserve antes de investir

Ainda dentro do quesito “definição de orçamento”, dica extra: não invista no mercado financeiro ou faça qualquer outro investimento sem antes montar uma reserva de emergência capaz de cobrir, pelo menos, seis meses das suas despesas mensais ou 12 meses, se você for autônomo(a).

Comece poupando pequenas quantias regularmente e, quando eliminar todas as dívidas, aumente o aporte mensal, se possível. Não use o dinheiro exceto em casos, é claro, emergenciais.

5. Use aplicativos que ajudem no controle

Você precisa registrar qualquer movimentação do seu dinheiro e, se fizer isso com o auxílio de aplicativos financeiros, melhor ainda.

O controle de contas a pagar é o alicerce do planejamento financeiro e visualizar as entradas e saídas vai ajudar a evitar a famosa “bola de neve”, principalmente no caso de uso de cartão de crédito.

Tem dívidas? Registre também! Renegocie-as, se necessário, mas não atrase: seu score de consumidor vai por água abaixo se você se tornar inadimplente.

6. Compare preços e pague à vista

Outra atitude esperada de quem tem um bom planejamento financeiro é a comparação de preços antes de qualquer compra. Pesquisar = poupar! Além disso, quando possível, pague à vista por suas aquisições, buscando melhores negociações e evitando condições a prazo carregadas de taxas e juros.

7. Faça da educação financeira o seu maior investimento

Tendo passado pelas decisões práticas e considerando que o planejamento de gastos é uma ferramenta a ser utilizada para sempre, finalmente, invista tempo e até dinheiro na sua educação financeira e na mudança de mentalidade em relação ao seu dinheiro.

Leia e pesquise sobre finanças pessoais, gestão de dívidas, economia doméstica, investimentos e perfis de investidores.

Assista a vídeos de especialistas, participe de palestras e eventos, faça cursos sobre a temática, ouça podcasts, enfim, seja CEO da sua vida financeira!

8. Evite erros que podem ser fatais para o seu bolso

A lista é longa, mas alguns erros comuns devem ser evitados no planejamento financeiro de qualquer pessoa. Aqui estão eles!

  • Evite subestimar os gastos: julgar que uma despesa pequena não vai influenciar no orçamento mensal é furada.
  • Respire fundo para não jogar tudo pro alto depois de um escorregão, mas não faça, a si mesmo(a), restrições excessivas, pois elas vão lhe desanimar.
  • Diversifique suas fontes de renda, fuja de qualquer crédito pré-aprovado e não use o limite do cartão como se fosse dinheiro em caixa, pois ele não é.
  • Em hipótese alguma, parcele sua fatura, pois os juros para fazer isso são exorbitantes.
  • Revise suas metas, entradas e saídas com regularidade – usando aquelas anotações e aqueles registros obrigatórios no planejamento financeiro.
  • Ao fazer uma compra parcelada, considere o valor de cada prestação, mas também o montante total
  • Sempre acompanhe a situação do seu nome no SPC/Serasa, conferindo se há pendências esquecidas.

Por último, evite se comparar com pessoas de realidades financeiras diferentes da sua, afinal, cada um tem objetivos e possibilidades únicos, mas fique à vontade para usar a situação de Pedro, que você vai conhecer logo abaixo, como um exemplo!

Exemplo prático de planejamento financeiro: a história de Pedro

Pedro trabalha como garçom de restaurante e tem uma receita mensal de R$ 4 mil. Ele quer organizar as finanças não só para pagar dívidas, mas para economizar mais e gastar de modo controlado, pensando no futuro.

Para isso, Pedro define três objetivos: a curto, médio e longo prazo.

Objetivo Despesa/Economia Prazo
Pagar dívida - R$ 2 mil 2 meses
Fazer reserva de emergência + R$ 24 mil 30 meses
Comprar um carro - R$ 48 mil 60 meses
 

Como Pedro vai recorrer ao modelo de planejamento financeiro 50-30-20, sua renda mensal de R$ 4 mil ficará dividida assim:

  • R$ 2 mil para necessidades básicas;
  • R$ 1.200 para lazer e bem-estar; e
  • R$ 800 para dívidas/investimentos.

Considerando sua prioridade máxima de pagar dívidas, Pedro opta por reduzir a porcentagem de dinheiro disponível para lazer por pelo menos 30 dias. Em vez de R$ 1.200, o equivalente a 30% da renda mensal, ele decide que vai gastar só R$ 600.

Os outros R$ 600 serão direcionados à quitação e somados aos R$ 800 já reservados para isso.

No período de um mês, portanto, Pedro terá R$ 1.400 aplicados no alcance do seu objetivo de curto prazo – e só vão faltar R$ 600 para a meta ser completamente atingida no mês seguinte, dentro do planejado!

Depois, o garçom quer criar sua reserva de emergência em 30 meses. Para isso, ele pode optar por aplicar a parte do salário que guardar na “gaveta” dos investimentos (20% de acordo com a estratégia escolhida).

Por fim, se a meta for comprar um carro em até 60 meses, a partir do momento que a reserva estiver criada, esse dinheiro dos 20% pode ir para a realização de um consórcio, por exemplo. Tudo vai depender do contexto da vida de Pedro até lá.

Devagar se vai ao longe, e o planejamento financeiro é prova disso!